Coaching para a vida diária

O coaching é algo que deve tornar as coisas mais fáceis para nós, tanto nas nossas vidas pessoais como profissionais. Podemos contar com ferramentas que facilitam as nossas andanças pelo mundo e que podemos chamar de coaching ou bom senso. Em todo o caso, é importante acreditar que podemos ser um pouco mais felizes.

O coaching e outras disciplinas são por si úteis para a transformação e podem fazer com que sejamos um pouco mais sagazes, ver as outras pessoas de uma forma menos rígida ou sermos capazes de avaliar as situações de forma diferente para trazê-las para o nosso lado.

 

Por exemplo, ao aplicar a distinção linguística de "ser" ou "estar sendo":  substituir “és desajeitado” por “estás sendo desajeitado” e outras expressões do estilo, podem fazer com que os outros nos aceitem de uma maneira diferente e assumir que o que declaramos pode ser feito também duma forma diferente.

 

Por isso aqui ficam algumas pistas, algumas práticas profissionais que podem ser interessantes como hábitos de vida.

 1.     A primeira e mais básica utilidade é tentar sempre saber como somos nós mesmos. Para isso podemos fazer um pequeno check-up físico e mental interno. É uma boa forma de começar o dia dedicando esse tempo de intimidade, talvez fazendo um exercício de reconhecimento da nossa anatomia, se houver algum desconforto, onde, se durante a noite tivermos tido má postura ... e depois olhar para a atitude com a qual nos levantamos, com o tom com que começamos o dia. E se vamos para o trabalho ou para o nosso trabalho com os recursos necessários.

2.     Como segunda ferramenta, podemos olhar como definimos as nossas metas. Planear e estabelecer corretamente os objectivos que pretendemos atingir (seja a curto ou longo prazo) e defini-los o mais possível é uma garantia para a nossa gestão profissional e pessoal quotidiana. Uma vez que a meta é definida, é mais fácil não se perder ou sair do caminho e as necessidades que possam surgir para alcançar as nossas conquistas são mais bem focalizadas.

 3.     Desenvolver o talento para ouvir. No nosso ambiente natural dificilmente ouvimos ativamente, com a intenção de realmente entender o que o outro está a dizer. Normalmente, enquanto o outro fala, já estamos a preparar a nossa resposta porque tudo o que queremos é que a nossa opinião ou julgamento prevaleça sobre os outros, para ser o “vencedor”.

Ao fazer outro tipo de escuta, podemos desenvolver outras habilidades, como a empatia. Trata-se de nos abrirmos aos outros e nos escutarmos. O outro é um espelho para aprender comigo e é um espelho para eu aprender com ele.

 4.     A quarta ferramenta tem a ver com o julgamento e repensar as nossas crenças. É uma ferramenta difícil de manusear, pois o nosso sistema de julgamentos e crenças são os pilares básicos de nosso comportamento e de nosso relacionamento com os outros. Talvez valha a pena um pouco de esforço para que diante de certos conflitos possamos por um momento furar a nossa bolha e ver as coisas por outras perspetivas, sendo empáticos para com os outros. Os julgamentos são muitas vezes apoiados na nossa linguagem e talvez possamos ver como falamos com os outros ou como nos referimos a certas coisas. Às vezes, bastaria que nos escutássemos profundamente, e aprenderíamos muito sobre quem somos e como podemos melhorar.

 

5.     O feedback é o quinto elemento, muito poderoso quando tratado corretamente. Feedback é adquirir a confiança de poder falar com o outro com toda a sinceridade e de ver o comentário como uma oportunidade de retificar e crescer. É fundamental para manter uma boa relação de trabalho e ajuda a criar um verdadeiro clima nas equipas e nos relacionamentos. Não é fácil estar na frente de outra pessoa e confrontá-la com a nossa emoção mais sincera, mesmo que seja positiva. Além disso, o Feedback visa a aprendizagem e o desenvolvimento. Isto significa que o objetivo não é desabafar ou censurar, mas fazer com que a outra pessoa veja algo que eu acho que ela não está a ver e que precisa melhorar.

 6.     Estabelecer planos de ação. Mas antes, é necessário abrirmo-nos para nos permitirmos entrar num espaço de oportunidades, sem criarmos o hábito de procurar sempre a solução da mesma forma. É importante não estabelecer limites e com toda a criatividade possível. Uma vez escolhidas as oportunidades, necessitamos estabelecer um mapa com os respetivos marcos e possíveis soluções em caso de conflito; é importante estabelecer fases que nos ajudam a atingir pequenos objetivos motivadores.

 7.     A presença com que trabalhamos no coaching envolve em grande medida viver o momento, deixar fluir o momento em que estamos a acompanhar o outro sem antecipar, sem expectativas. Trabalhar com o que está aqui e agora.

 8.     Passamos as nossas vidas a antecipar coisas que não acontecem depois, fazemos soluções contingentes para resolver questões que nos preocupam, mas que não aconteceram e nunca irão acontecer. Viver o momento ajuda-nos a dar real dimensão ao tempo e da nossa posição no mundo. Seja honesto com as suas emoções, reconheça-as, reconheça todas as misérias e também as vitórias, e dê a cada uma a sua importância. Aceite-se porque, a partir dessa aceitação de como somos, podemos ter melhores relacionamentos com todas as pessoas com que nos cruzamos.

 

 

 

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