Existe a perfeição? Como afeta a nossa felicidade?

Vamos partir desta frase: a perfeição não existe, é um conceito que nos pode paralisar e a que formalmente nunca chegaremos, porque quando pensamos que o atingimos, entendemos que ainda há caminho para lá chegar.

Partimos da própria vida. Quando educamos uma criança, ao fazer um desenho, nunca o julgaremos como uma pintura profissional (e aqui, que cada um escolha o seu pintor favorito), mas incentivamos e louvamos o rabisco. Por quê? Para que continue a desenhar, que não se frustre, para lhe ensinar um caminho que parece feliz e conectado com a felicidade.

Mas, a síndrome de perfeição aparece depois. Nenhum a possui, mas normalmente ajuizamos todos aqueles que estão ao nosso redor e, o caminho de aprendizagem feliz, de conhecer e aprender as coisas da vida, acaba.

A perfeição é muitas vezes a grande inimiga da ação: "Eu não vou fazer, porque não vai ser perfeito." Este pensamento, serve como álibi, para adiar fazer algo que é geralmente difícil. Esta falta de humildade e negação do que somos acreditando que podemos tornar-nos deuses.

Para os outros traduz-se em intransigência e desvalorização do que temos mais perto e às vezes com desprezo para com as pessoas que têm uma outra visão do mundo em que a perfeição não é um valor tão importante. Colocamos dificuldades onde elas não existem ou criamos falsas expectativas porque ninguém vai fazer as coisas como nós desejamos.

A perfeição pode destruir a nossa felicidade. Como pode a perfeição levar-nos a sermos mais felizes? O conceito de "dever", em muitos casos, tem de mudar. É desejável que cultivemos o lazer, que aprendamos as coisas porque queremos e não porque devemos, por exemplo, trabalhar a meditação e o relaxamento e gerir o tempo de outra forma. Devemos aprender a cometer erros como oportunidades de aprendizagem ao invés de falhas que nos levam diretamente para a caverna de imperfeição.

Atenção a como equilibramos o nosso controlo de qualidade com a nossa visão das coisas. Geralmente quem possui um controlo da qualidade muito elevado, acaba por realizar muito pouco do que quer, visiona ou objetiva, porque à frente das suas possibilidades está sempre a possibilidade do falhanço, do não consigo do é impossível.

 

Vamos pensar sobre isto.

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